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Toxicidade

O iodo é um componente essencial para a formação das hormonas T3 e T4 pela tiroide para o seu bom funcionamento. Quando não existe iodo nas concentrações suficientes, ocorre o fenómeno de hipotiroidismo em que a tiroide vai sofrer uma hipertrofia aumentando de tamanho.
Um aumento residual da ingestão de iodo promove um aumento temporário da captação de iodo pela tiroide e leva a formação de iodo orgânico, não inibindo a resposta fisiológica. No entanto grandes concentrações de iodo levam a diminuição da produção de hormonas por parte da tiroide levando a uma doença denominada efeito de Wolff-Chaikoff. Em pessoas saudáveis, esta doença regride e os níveis de hormonas da tiroide voltam ao normal (escape ao efeito de Wolff-Chaikoff). No entanto o execesso cronico ou agudo de iodo pode levar a diminuição das hormonas T3 e
T4 no sangue, induzindo o hipotiroidismo em pessoas com problemas secundários na tiroide(falha no escape ao efeito de Wolff-Chaikoff) [8].

A deficiência em iodo é considerada a principal causa evitável de atraso mental em todo o mundo, e é também responsável pelas endocrinopatias mais comuns – gota e hipotiroidismo primário [10].



A dose diária recomentada de iodo dada pela Organização mundial de Saúde (WHO), Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) e pelo International Council for the Control of Iodine Deficiency Disorders (ICCIDD) é de 150 µg para adultos e 200 µg para grávidas e durante o aleitamento [7].

O limite máximo seguro foi estabelecido em 1mg resultante de estudos efetuados pela medição dos níveis de TSH (hormona estimulante da tiroide) em pacientes com suplementos de iodo [10].

Concentrações de iodo acima deste valor foram demonstradas como causadoras de patologias ligadas à tiroide como Tiroidite de Hashimoto, Doença de Graves, ou exacerbação dos nódulos da tiroide. Estudos populacionais demostram que o excesso de iodo pode aumentar a ocorrência de tiroidite auto imune em homens e animais, aumentando assim o risco de hipotiroidismo [7].



No entanto a segurança de doses terapêuticas de iodo acima do limite de referência é bem evidente na população Japonesa, que consome 25 mais vezes a média dos Estados Unidos, ultrapassando em muito o limite superior de segurança, Não demonstrando no entanto valores aumentados de tiroidite autoimune ou hipotiroidismo [10].

As deficiências de iodo podem ocorrer desde o desenvolvimento fetal até ao individuo adulto. Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, anomalias congénitas, nanismo, defeitos psicomotores podem ocorrer durante a fase fetal. Os efeitos primários observados em crianças cuja tiroide não tem uma função normal incluem o cretinismo, o bócio neonatal, atraso no crescimento e atraso mental. Em crianças mais velhas e adultos, o bócio é a forma mais comum de manifestação da carência de iodo geralmente acompanhada por diminuição da função mental. Comparado com a deficiência de iodo, o excesso de iodo também origina em condições adversas de saúde algumas das quais são similares com a carência de iodo [8].

Iodo elementar é irritante á pele e tóxico por via oral, sendo a dose letal para um adulto de 30mg/kg. A sua citotoxicidade é acentuada na ocorrência de deficiência em selénio. Razão pela qual os suplementos de Iodo em populações com deficiência em selénio é problemática [10].

O principal alvo do toxicológico resultante do excesso de iodo é o sistema endócrino, mais especificamente a tiroide e a regulação da produção e secreção de hormonas da tiróide. Os efeitos adversos que afetam as glândulas pituitária e adrenal derivam dos efeitos do iodo sob a tiróide. Os principais efeitos nefastos sob a glândula da tiróide incluem o hipotiroidismo e o hipertiroidismo podendo ainda originar processos inflamatórios na glândula da tiróide levando a tiroidites [8].

Hipotiroidismo refere-se a diminuição da produção da hormona da tiróide, levando a manifestações clínicas da tiróide, podendo ou não levar ao aparecimento de bócio. Os biomarcadores típicos do hipotiroidismo são a diminuição dos níveis circulantes das hormonas T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), levando ao aumento da concentração da hormona pituitária TSH. Hipertiroidismo é o excesso de produção e secreção das hormonas da tiróide. A principal manifestação clinica é a tirotoxicose, com o aumento dos níveis de T3 e T4 circulantes no sangue. Tiroidite refere-se a inflamação da tiróide, muitas vezes associada a processos auto-imunes [9].

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Formação das hormonas T3 e T4

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